ANTI AJUDA
Demétrio Sena, Magé RJ.
Depois de muito viver, sem dar a vida ou morrer por coisas que não valem meu sangue, porque são coisas, crio e sanciono minha lei: não.
Não "posso, quero e faço".
Nesta nem em outra ordem.
Quero e tento, exatamente nesta ordem, como tantos querem e tentam o que nunca está para todos.
É, mas não está.
E acho que não vencerá o melhor.
Vencerá o semelhante que naquele contexto for agraciado com as condições mais favoráveis; o que inclui preparo, desempenho, ajuda externa velada ou ostensiva, pequenos ou grandes detalhes que podem ser entendidos como sorte ou providência sobrenatural.
Certamente a vitória seria de outro alguém, se o contexto fosse outro e todo esse conjunto desconstruísse, para depois reconstruir a posição de seus elementos.
Não saio de casa todos os dias, para ir à luta, e sim, aos projetos ou estudos, e ao trabalho.
Vou à busca, ou à procura, sem aquela certeza dos campeões em potencial.
Dos que sabem que um dia chegarão "lá", como não sei nem quero saber.
Só quero ir.
Mesmo que nunca chegue.
O passado e o presente seguem ao meu alcance, mas o futuro não.
O futuro está no futuro.
Realiza me, ser um semelhante.
Não fazer a diferença.
Tão apenas manter a semelhança e contribuir para um mundo igualitário.
Pelo menos no meu caso, viver não é um esporte.
Nem uma guerra.
No que tange a vida em um todo, pódio tem uma rima que me desagrada.