NUNCA SOLTEI
Sempre passeei com os meus três filhos quando eram pequenos, o mais velho, a do meio e a caçula
Não sei se eles se lembram, mas pegava em suas mãos e caminhávamos aqui ou ali, tomar sorvete, comer pipoca coisas assim que participamos com as crianças
Mas eles crescem, ganham autonomia, governando suas vidas com os seus próprios meios.
O primeiro chega um dia já com os seus 18 é diz: "Pai to indo"
Aí eu aperto, bem apertado, sua mão a minha, ele solta, mas o meu aperto foi tão forte que minha mão ficou grudada a dele, nunca soltei ainda que ele tenha ido
Dali uns tempos chega a do meio, toda faceira e cantarola, dizendo, pai "vou casar", mais uma vez minha mão aperta com força a mãozinha dela Mas nunca soltei, e sua mão ficou colada a minha
Tempos depois, e tudo isso de maneira precoce, a caçula Sai também do lado, e se vai longe para outro estado, mais uma vez, minha mão aperta forte a sua expressando o meu coração choroso que insiste em afirmar aos três NUNCA SOLTEI