A vida é apenas a morte sendo evitada e adiada.
( ) Cada vez que respiramos, afastamos a morte que nos ameaça e assim lutamos com ela a cada segundo.
Visto da juventude, a vida é um longo futuro; a partir da velhice, parece um curto passado.
Quando partimos num navio, as coisas na praia vão diminuindo e ficando mais difíceis de distinguir; o mesmo ocorre com todos os fatos e atividades de nosso passado.
Se quisermos avaliar a situação de uma pessoa pela sua felicidade, deve se perguntar não por aquilo que a diverte, mas pelo que a aflige.
Na juventude, imaginamos o mundo repleto de felicidade e prazer, sendo que a única dificuldade é alcançá los, enquanto na velhice sabemos que do mundo não há muito a esperar.
Logo, acalmados por completo, fruímos um presente suportável e encontramos alegria até mesmo em miudezas.
A vida interior é reprimida e não pode ser conscientizada porque conhecer nossa natureza mais profunda (nossa crueldade, medo, inveja, desejo sexual, agressividade, egoísmo) seria um peso maior do que poderíamos aguentar.
A vida pode ser comparada a um bordado que no começo da vida vemos pelo lado direito e, no final, pelo avesso.
O avesso não é tão bonito, mas é mais esclarecedor, pois deixa ver como são dados os pontos.