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Aleex Zalache

Recentemente, sofri uma desilusão terrível.
O curioso nas desilusões é o fato de elas serem como sonhos incríveis que temos em uma noite de sono, mas logo são interrompidos pela manhã.
É exatamente esse sentimento de que nada, talvez, pudesse ter sido real.
Sabe se que o amor é um sentimento intocável, indescritível, mas podemos descrever aquilo que chega o mais perto da ideia do amor: o estar apaixonado.
Estar apaixonado é como um alucinógeno, se formos tratar o significado da palavra como o que já vem de origem.
Se entregar ao amor é desistir em parte dos escudos que você formou antes para não se machucar com terríveis sentimentos.
Ele substitui o que quer tenha nas suas emoções e estabelece um novo sentido ao que é sentimento.
Você vê coisas que não acreditava, sente coisas que não sabia que poderia sentir tudo parece um sonho real.
A felicidade, portanto, parece algo tão alcançável como gotas de chuva em um deserto.
Você resisti no começo, mas, no final, acaba olhando para o lado e pensa: “acho que a felicidade realmente existe”.
Mas então essa chuva cessa, o calor e desconforto volta e o “amor”, mesmo querendo continuar em você, acaba sendo arrastado para longe, te deixando sem rumo.
É, alguns amores têm um fim.
E como o fim de tudo o que é bom, é uma desilusão.
A realidade cai em você como se fosse uma tempestade de raios secos tempestade essa interior e exterior.
Você se vê perdido e a única saída que tem é a saída que diz “não há escapatória”.
E você volta recolhendo o que sobrou de si no chão ao seu redor.
Acaba encontrando um pedaço de amizade ali, um pedaço de felicidade aqui talvez esteja vendo uma parte da esperança bem na linha do horizonte e fim.
Você para, e pensa: para que algo tenha um fim, ele deve ter começado em algum lugar no tempo.
Depois, é só olhar para o que tem em mãos, mas cuidado para não manchar o que restou com lágrimas pesadas como resposta a uma voz no fundo que sempre existiu.
“Eu te avisei”.

É a primeira vez que realmente não sei o que esperar do futuro.
Os sonhos simplesmente não parecem existir mais, como se não passassem de uma ilusão infantil cega por desejo de felicidade; as expectativas parecem frágeis e covardes, como se um obstáculo fosse o suficiente para causar sua destruição.
Minhas expectativas têm medo de existir, e o que eu posso fazer senão aceitar esse fato Agora somos apenas eu e minha consciência nesse quarto escuro, frio e imóvel.
Não vejo portas para sair desse desespero sem enfrentá lo, mas vejo paredes, e essas são limites invisíveis que existem apenas por existir, sem lógica, não como escudo, e elas refletem o que eu não quero ver em mim mesmo.
Agora eu tenho certeza que, embora nos preparemos durante muito tempo para alguma coisa, essa coisa sempre irá nos afetar, é inevitável.
E eu estou apenas preso comigo mesmo, sendo obrigado a encarar meus próprios demônios reais e imaginários tudo por causa de uma ilusão ainda me pergunto “por quê ”.
Por que você desistiu de mim como se eu fosse um objeto defeituoso que pode ser descartado já que se tem milhões Por que me tirou essa felicidade relativa Sei que a realidade é essencial, mas você não poderia ter me deixado viver mais um pouco nesse mundo de ilusão Sei que algumas pessoas se incomodam por viver em utopias, mas por que eu me incomodaria se essa sensação é tão boa Por que você me deixou para mim Sei que a vida não é algo que você pause ou espere: ela está sempre ocorrendo.
E não há meio termo entre continuar e desistir, você simplesmente tem que ser forte para encarar os frutos das próprias sementes que colhe.
Eu não sou contra isso mas talvez não seja pedir demais pedir que você sempre esteja por perto, como em um tempo passado esteve.

Se eu lhe dissesse que as estrelas que brilham no alto do céu são brilhos dos olhos de casais apaixonados, você me olharia daquele jeito meigo que os olhos tremem com medo de vacilar.
Você deixaria aquele silêncio ser preenchido por um abraço apertado, confortável e expressivo; nada mais a ser dito porque a verdade já podia ser perceptível no ar.
Esse silêncio não seria mais um daqueles constrangedores dos casais indecisos, mas, sim, um modo de expressão dos amores verdadeiros e puros, aqueles que realmente merecessem um final feliz.
Eu poderia lhe dar constantes mares de rosas vermelhas, palavras de afeto de incontáveis linhas que não sabem conseguem direito definir o quê, um sorriso largo de uma voz lá no fundo que quer sair aos berros que te ama, que sempre te amou, que a felicidade foi encontradas beijos seladores de promessas.
Não sei ao certo onde começou, mas talvez seja o truque das grandes tragédias, mas esse sentimento morreu.
Se foi sem explicar, olhar, consolar ou mesmo dar uma segunda chance.
Esse sentimento pareceu se retrair ao seu próprio interior como aquelas plantas que, ao singelo toque em suas folhas, se recolhem em uma rapidez.
Eu te amei, eu tenho certeza disso, porque em cada choro, em cada pensamento, em cada arrependimento, você “estava” lá.
Mas agora eu cansei, o fato de eu saber que posso sobreviver sem você me deixa um pouco em dúvida sobre a minha capacidade de percepção do amor.
Eu amei, não negarei.
Porém agora eu acordei, tão rápido quanto a velocidade que o nosso amor se foi.
Talvez tenha tudo sido um sonho, eu penso.
Nesta manhã solitária em que o sol brilha forte no céu, lembrei de tudo que passamos, amor e dor, e pensei que fosse chorar, mas agora parece que alguém colocou as mãos em meus ombros, e disse: as lágrimas acabam.
Acabou.