Se eu lhe dissesse que as estrelas que brilham no alto do céu são brilhos dos olhos de casais apaixonados, você me olharia daquele jeito meigo que os olhos tremem com medo de vacilar.
Você deixaria aquele silêncio ser preenchido por um abraço apertado, confortável e expressivo; nada mais a ser dito porque a verdade já podia ser perceptível no ar.
Esse silêncio não seria mais um daqueles constrangedores dos casais indecisos, mas, sim, um modo de expressão dos amores verdadeiros e puros, aqueles que realmente merecessem um final feliz.
Eu poderia lhe dar constantes mares de rosas vermelhas, palavras de afeto de incontáveis linhas que não sabem conseguem direito definir o quê, um sorriso largo de uma voz lá no fundo que quer sair aos berros que te ama, que sempre te amou, que a felicidade foi encontradas beijos seladores de promessas.
Não sei ao certo onde começou, mas talvez seja o truque das grandes tragédias, mas esse sentimento morreu.
Se foi sem explicar, olhar, consolar ou mesmo dar uma segunda chance.
Esse sentimento pareceu se retrair ao seu próprio interior como aquelas plantas que, ao singelo toque em suas folhas, se recolhem em uma rapidez.
Eu te amei, eu tenho certeza disso, porque em cada choro, em cada pensamento, em cada arrependimento, você “estava” lá.
Mas agora eu cansei, o fato de eu saber que posso sobreviver sem você me deixa um pouco em dúvida sobre a minha capacidade de percepção do amor.
Eu amei, não negarei.
Porém agora eu acordei, tão rápido quanto a velocidade que o nosso amor se foi.
Talvez tenha tudo sido um sonho, eu penso.
Nesta manhã solitária em que o sol brilha forte no céu, lembrei de tudo que passamos, amor e dor, e pensei que fosse chorar, mas agora parece que alguém colocou as mãos em meus ombros, e disse: as lágrimas acabam.
Acabou.