A ideologia da felicidade tem adoecido o homem, que se vê na obrigação de dar seu sangue por algo que não se encontra fora, mas dentro de si.
Somos frutos da insatisfação.
Movidos pelo vazio e ilusão de sermos preenchidos pelo outro.
Ninguém preenche ninguém, nem a si mesmo.
Somos poesias incompletas.
Feridas pela ausência de outros versos, outras rimas, outros autores.
Pois não há Eu sem outros mais.
Feliz dia dos que amam em Silêncio.
Dos que guardam histórias de outros (des)amores, de outras paixões.
Feliz dia dos nós dos nossos enlaces.
Feliz dia dos desencontros, dos amores proibidos, das estrelas dadas de presente.
Feliz dia dos que amam, e também dos que desejam amar.
Seria mais fácil elaborar nossas perdas se com elas também fossem embora suas representações.
Mas não, elas permanecem, e não se despedem.
Fale.
Fale das coisas do mundo.
Fale dos amigos.
Fale sobre o céu, sobre os livros, sobre a Vida.
Pois é falando do outro
Que eu lhe conheço.
Amor é como um papel dobrado, podendo ganhar variadas formas.
E mesmo que se desdobre para outros caminhos, ainda assim permanece sua marca.
Ousadia é Amar
Pois é um tiro no escuro
Um caminho sem destino certo.
Ousadia é Amar
Em tempos que Só se deseja ser A M A D O.
Teu corpo é lindo.
Encobre histórias, segredos.
Ele se comunica também.
É a extensão dos seus afetos.
Por isso não deve ser padronizado.