A ideologia da felicidade tem adoecido o homem, que se vê na obrigação de dar seu sangue por algo que não se encontra fora, mas dentro de si.
Somos frutos da insatisfação.
Movidos pelo vazio e ilusão de sermos preenchidos pelo outro.
Ninguém preenche ninguém, nem a si mesmo.
Somos poesias incompletas.
Feridas pela ausência de outros versos, outras rimas, outros autores.
Pois não há Eu sem outros mais.
Feliz dia dos que amam em Silêncio.
Dos que guardam histórias de outros (des)amores, de outras paixões.
Feliz dia dos nós dos nossos enlaces.
Feliz dia dos desencontros, dos amores proibidos, das estrelas dadas de presente.
Feliz dia dos que amam, e também dos que desejam amar.