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Anônimo

Tento definir essa sensação de impotência, essa fraqueza que abala minha mente já doente e sozinha.
Tentei encontrar me nos olhares de quem estava ao meu lado, tentei me sustentar nos sonhos que ouvi, tentei encontrar forças aonde não mais havia.
Caminhando sozinha percebi quantos sonhos abri mão, quantas vezes passei por cima de mim para que outro alguém sorrisse de corpo e alma e iluminasse o mundo por aí, de quantas pessoas conheci e apaixonada deixei voar pra longe de mim; encontrei a escuridão e o vazio de persistir e acreditar que conseguiria caminhar sozinha, quando na verdade até mesmo o maior dos tolos sabia que sozinha, nem uma alma é capaz de vagar sem se lesar pelas quinas da estrada.
Cai em becos sem saída, caí em vertigens e alucinações, caí sem forças pra levantar me apoiando em ter que continuar não por mim, mas por aqueles que estavam à minha volta.
Hoje percebo que ali, esqueci de mim, esqueci de viver pra mim, esqueci que precisava de mim para continuar a seguir.
Ali percebi que já não suportava mais a solidão, não queria mais esse caminho de escuridão, talvez ali também, percebi que era tarde demais
Olhei ao meu redor, no chão havia sangue e estilhaços espalhados do que um dia foram meus sonhos, minha esperança, minha força; encontrei fotos rasgadas de pessoas que deixei passar, de pessoas que saíram do meu caminho sem cogitar; havia folhas espalhadas da minha história esmaecidas irrecuperáveis; em um canto, havia amor, esquecido, largado, jogado como algo sem valor e por toda extensão havia medo, fúria, dor, lágrimas Tá um caos, tudo se tornou um caos, vozes sumiram, sorrisos se tornaram lembranças doces, presenças se espatifaram com o vento e a escuridão veio tomar conta de uma morada que não era dela.
Pode ter sido só um erro, talvez o erro foi abrir mão do primeiro sonho e desencadear sucessivas desistências; talvez tenha sido encontrar conforto na escuridão e no silêncio, como se de silêncios fizessem um mundo bom; talvez foi ter deixado passar por cima de mim, colocando a vontade dos outros melhores ou mais urgentes que as minhas vontades, ter aberto mão de sorrir para ver os outros sorrirem, ou talvez é ter feito tudo na esperança de um dia todo o feito voltar pra mim como uma avalanche de boas energias.
Talvez o erro não tenha sido desistir, tenha sido ser incapaz, impotente, incoerente quando necessitava só um pouquinho de garra e vontade; talvez nem tenha tido erro, mas o medo tenha tomado conta do que um dia fazia toda a história ter sentido
Talvez ninguém sinta que há necessidade de sentido, ou talvez o sentido esteja nos motivos, e os motivos são tantos que nem cogitem percebê los, só sabem que são eles que dão toda a coerência em viver, dão todo o brilho em querer seguir cada vez mais E talvez seja esse querer, e esse motivo que não fazem mais parte do que hoje sou talvez não seja meu sorriso que faça falta, mas o sorriso de alguém ao olhar pra mim, talvez também nem tenha mais importância, se a importância de existir já sucumbiu em mim.
(Devaneadora)