Virtude os meios ama, odeia extremos; Extremos são no mundo ou erro ou culpa.Do mesmo que abrilhanta a Humanidade Longe, longe, ó mortais, o injusto excesso!
Vai sempre avante a paixão, Buscando seu doce fim; Os amantes são assim: Todos fogem à razão.
Dos homens ignoras A índole errante Quem é muito amado Não é muito amante.
Aquele canta e ri; não se embaraça Com essas coisas vãs que o mundo adora Este (oh, cega ambição! ) mil vezes chora Porque não acha bem que o satisfaça.
Ó serena amizade! Tu prestas mais que Amor: seus vãos favores São caros, são custosos.
Meus pensamentos se apuram, Apuram se os meus desejos No ténue filtro celeste De teus espontâneos beijos.
De quantas cores se matiza o Fado! Nem sempre o homem ri, nem sempre chora, Mal com bem, bem com mal é temperado.