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Maria Paula Fraga

Antes de ir, eu vou ligar.
Dizer que realmente foi amor, e se realmente terminou, a vida foi um pouco injusta comigo.
Vou dizer que se ele é feliz, que siga por si mesmo, porque o futuro é uma ilusão, e nossos erros são passado.
Depois não quero ouvir nada, e vou dizendo o que vier na garganta, porque me segurei por oito meses, e já virou meu feto pensar em falar coisas pra ele.
E eu não quero essa criança.
Esse peso na mente, e na língua, eu quero ir embora vazia e acabada, abortada do que quase fomos, ou tivemos.
Vou dizer que a vida é curta, e um dia ele vai acordar com quarenta anos e arrependido de ter feito muita coisa, mas que eu vou dormir todas as noites torcendo pra que ter me deixado, não tenha sido uma delas.
Também vou dizer pra ele se apaixonar muito, se apaixonar sempre, mil vezes, mesmo que pela mesma mulher, todos os dias.
Pois saber que alguém desperta isso nele, já me deixa um pouco melhor, pois vê lo sorrindo, me machuca mas me cura ao mesmo tempo.
Antes de ir, eu vou telefonar.
Falar que ele foi meu maior amor, minha melhor loucura, mas minha pior lição, porque a história não me deu chance de corrigir os meus rabiscos.
Vou falar que depois de muito tempo, eu entendi as suas dores, porque se tornaram minhas também.
E que se ainda dói um pouco, e isso não tem consolo, eu pelo menos consegui seguir em frente.
Preciso falar outras coisas, mas o texto vai ficar grande e talvez ele nem seja lido, por último vou falar que mesmo que eu não ligue, e esse e mail não seja aberto, o destino saberá mostrar pra ele tudo que eu não disse segurando um telefone.

Antes de ir, eu vou ligar.
Dizer que realmente foi amor, e se realmente terminou, a vida foi um pouco injusta comigo.
Vou dizer que se ele é feliz, que siga por si mesmo, porque o futuro é uma ilusão, e nossos erros são passado.
Depois não quero ouvir nada, e vou dizendo o que vier na garganta, porque me segurei por oito meses, e já virou meu feto pensar em falar coisas pra ele.
E eu não quero essa criança.
Esse peso na mente, e na língua, eu quero ir embora vazia e acabada, abortada do que quase fomos, ou tivemos.
Vou dizer que a vida é curta, e um dia ele vai acordar com quarenta anos e arrependido de ter feito muita coisa, mas que eu vou dormir todas as noites torcendo pra que ter me deixado, não tenha sido uma delas.
Também vou dizer pra ele se apaixonar muito, se apaixonar sempre, mil vezes, mesmo que pela mesma mulher, todos os dias.
Pois saber que alguém desperta isso nele, já me deixa um pouco melhor, pois vê lo sorrindo, me machuca mas me cura ao mesmo tempo.
Antes de ir, eu vou telefonar.
Falar que ele foi meu maior amor, minha melhor loucura, mas minha pior lição, porque a história não me deu chance de corrigir os meus rabiscos.
Vou falar que depois de muito tempo, eu entendi as suas dores, porque se tornaram minhas também.
E que se ainda dói um pouco, e isso não tem consolo, eu pelo menos consegui seguir em frente.
Preciso falar outras coisas, mas o texto vai ficar grande e talvez ele nem seja lido, por último vou falar que mesmo que eu não ligue, e esse e mail não seja aberto, o destino saberá mostrar pra ele tudo que eu não disse segurando um telefone.