ÁGUARELA
Lua vida no ar
Onde está a cantar, sem estar
A subir á noite em fuga ausência
Profundo descuido
Sem cuidado, sem nada.
Vagando em busca de ciência,
De si em essência
Deseja pintar se em vidas
Bela em tela
Cores em águarela
Água íris a escorrer
Fecha os olhos e ainda ouve
O canto que quer viver!
Pois quando pensa ser Lua
Torna a ser Mar
Entorna se em mar
Tanta água, quase sem mágoa.
Ofuscada com o canto,
E com esta dor
Raso descuido
Sem cuidado, sem nado.
Transbordando
Em busca d’outro grito
Sabendo se mais um rito
Antecipando seu desamor.
(aurora)