AVOADA
Porque pés no chão
Se aluar é tão bom
Jazer nas alturas
Viver de loucuras
Dispensa elucidação.
É aqui que percebo
Onde está o aconchego
Onde busco minha paz
Eis me no alto, a flutuar,
E descer Talvez jamais.
O chão não mais me quer
Até entendo tanto faz,
Onde pousaria meu pé
Os calos doem, melhor assim
Estar aqui é bom para mim.
A razão me repudiou
Desde então, quem sou
Pensamento em ventos,
Utopias ao relento
Em segredos desatentos!
Ah! Quão bom voar
Nem penso voltar
O chão é frio e duro!
Nos vácuos desvãos
O ar é tão puro.
Alarma me a idéia
De ter que pousar
Neste mundo louco
Me deixe então aqui ficar
Ao menos mais um pouco.
(aurora)