O livro é igual ao samba: pode até agonizar, mas não morre.
românticao poeta se enfastia da luae a compara à amadadepois se enfastia da amadae vice versa
filosofia da composiçãosempre sonhei compor um poema narcísicocom tetas como tempestades e asfuribundas fêmeas com quem copulouo bardo Gérard Éluard Du Kar´Nehruna mui sensualmente San Sebastianciudad de los enganosmas a musa dos meus verdes anosperdeu me em sua primavera de pentelhose, ainda melhor, furtou me o espelho
eros & civilizaçãose você diz eu te amomeu coração se mira no espelhoe faz piruetas de circose você diz eu te queromeu coração distraído lixa as unhase diz: não se comova, babyse você diz eu te queromeu coração faz versos como quem sonha demaise não se abala nuncase você diz eu não te amomeu coração tristonho acende as luzesporque as noite é negra como a asa da graúna
canção do exílioo poeta sem sua plumagemé um deus exilado do cosmostrip teaser metafísicosó lhe resta sambar no inferninhodo caossob os neons do nadasempre nu diante do espelhosem espelho diante de si
a prosa do observatórioo poeta esquadrinha a naturezaem busca de indícios: eclipseso grafismo das garças no lagoestrelas cadentes e outros sinaisda língua de deus.e deus, crupiê do acaso,foi passar o verão noutra galáxiadeixou no céu uma guirlanda de enigmase mais meia dúzia de coincidênciaspra orientar o frenesi dos tolose as especulações da astronomia