A gente sabe que finais têm essa mania de serem doídos.
Dói ser abandonado, dói ser traído, dói ser trocado.
Mas uma das coisas que eu acho que sei sobre o amor é que dói infinitamente mais vê lo passar desse jeito.
E ter que assistir, imóvel, o amor fazer as malas e partir tranquilo.
Dói quando arrancam o amor da gente, mas quando ele vai embora por vontade é covardia.
Quando não tem ninguém pra a gente culpar, não tem motivos pra a gente apresentar para as famílias inconformadas, quando simplesmente passa.
Quando a gente simplesmente para de se beijar, de se querer, de se apetecer.
E é por isso que eu estou indo embora, desse jeito corajoso e ao mesmo tempo tão covarde.
Se me conheço bem, muito provavelmente eu vou me arrepender quando te vir com outra ou quando um amigo vier me contar que você recomeçou e anda sorrindo a toa.
Mas eu já consegui me convencer: você já não pode mais me dar esses sorrisos que dará pra ela.
Você já não pode ser pra mim esse cara leve que você provavelmente – e eu espero que sim – será para ela.