Nunca aceitei gostar do seu cabelo que no sol refletia fios de ouro dourado.
Nunca assumi que minhas manhãs eram boas com o chá de camomila e seu pé gelado, junto ao meu, bem pertinho.
Nunca admiti que mergulharia com você em Veneza e te abandonaria em Paris.
Até eu morrer, eu cantarei.
Cantarei em voz desafinada ao tempo nas margens da Babilônia.
Ainda procuro por um lar no mundo onde não pertenço, por quê
Eu enterraria cada saliva sua em minha boca só para nunca se perder nas memórias do que um dia acabou.
Eu enterraria cada toque da sua pele branca com a tempestade movediça que existe dentro do meu coração.
Este corpo não é meu, este mundo não é meu.
Então vamos lá, toque alto a melodia que minha voz não alcança em seus acordes.
O hoje foi preconceituoso com as lembranças.
O âmago da emoção pegou de jeito o passado.
A saudade foi infeliz junto à água salgada jorrada do oceano da retina, que vinha do fundo do nada, da falta de tudo.