Sobre a despedida
Você já sabia que não me queria mais e eu sabia disso também.
Sabia tanto que já havia preparado algo pra quando chegasse a hora do nosso ponto final – que você fez questão de dizer que era apenas uma vírgula, mas nós dois sabemos que isso não é verdade.
Despojada de mim e envolvida pelo sentimento que eu nutria, te dei uma prova de que amor de verdade não pede nada em troca.
No dia da sua festa eu engoli o choro e sorri porque eu tinha que provar pra alguém que eu sobreviveria a tudo isso, mesmo sem ser capaz de provar isso a mim mesma.
Porém, eu não conseguiria esconder nada de você e, sabendo disso, você nem me olhou pra não enxergar e ter que lidar com tudo aquilo.
Entreguei te uma tentativa de transformar o nosso ponto final em reticências
No dia seguinte, você fez com que essas reticências magicamente se tornassem um ponto de interrogação.
Um ponto de interrogação que questionava tudo que havíamos vivido.
Eu só não sabia disso na época.
Mas se soubesse não faria nada diferente, afinal, meu amor era feito de entrega, e não de negociação.
E no último momento de entrega, um momento forçado, um grito de desespero pra te ter nem que fosse por mais um segundo, eu arranquei uma lagrima tua.
Acredito que nunca saberei qual sinal de pontuação atribuir àquela lágrima.