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Maria Alice Guimarães

CONFESSO QUE ESTOU COM RAIVA
De repente um alarme dispara dentro de você, como aqueles contra ladrões que a maioria dos carros possui.
Alguém está lhe roubando, sua paz interior foi abalada e o alarme dispara; é hora de se defender e seu instinto de conservação entra em ação.
O sentimento é de muita raiva.
Fomos atacadas e feridas naqueles sentimentos mais profundos, no fundo da alma onde guardamos nossas verdades, nossos anseios e nossos medos.
Vem o descontrole, os pensamentos ficam confusos e o coração parece querer saltar pela boca.
A raiva é mais ou menos isso.
Uma síndrome quase patológica que abala de vez nosso emocional e se reflete, muitas vezes, nas reações físicas.
E sentir se mal é só o começo.
O pior que a monstrinha vem acompanhada de irritação, sede de vingança e uma cólera que deixaria um pit bull com vergonha.
Mas quem vai ficar com vergonha é a gente mesma e não vai demorar muito, afinal mulher educada, equilibrada não tem direito de ficar com essa raiva toda só porque foi vítima de uma frágil mentirinha.
Perder o equilíbrio se até libriana você é Mas perdeu.
E ficou simplesmente furiosa, detestavelmente irada, abalada e com todas as baterias voltadas para o seu agressor.
Ninguém tomou vacina contra este tipo de raiva e não tem imunidade contra ela.
Vai ter que elaborar este sentimento incapacitante e negativo.
Abalada recolhe se para não dar vexame perante as pessoas com as quais convive.
Afinal, descontrole emocional não fica bem numa mulher madura, independente e que se impõe pela serenidade e sofre em ver sua imagem arranhada por perder a razão.
Ninguém está livre de sentir se assim em um dado momento da vida.
Todos os sentimentos humanos existem dentro da gente e, muitas vezes, precisa muito pouco para que eles aflorem e provoquem uma avalanche derrubando as comportas que os detém.
É normal perder se as estribeiras quando nos sentimos traídas e enganadas.
Todo mundo, em um dado momento passa por isto.
O ego, poderoso como é, potencializa o sentimento de orgulho ferido.
Por isto é que sentimos raiva, pela vergonha de nos deixarmos iludir e enganar, como se nossa fosse a culpa, assumimos um erro que na maioria das vezes não colaboramos para que acontecesse.
É hora de baixar a adrenalina, fazer o caminho de volta à calma, respirar fundo e até exercitar um perdãozinho básico.
Dizer a si mesma “essa raiva não me pertence”, já é um bom começo para livrar se dela.
Permanecer magoada, furiosa e humilhada, pensar que se é uma idiota de carteirinha é exagero que só faz mal.
Raiva tem prazo de validade e vai passar.Em si mesma não é uma coisa nem boa nem má.
É apenas a maneira que nossos sentimentos encontram para livrar se da dor que causa um latrocínio amoroso, de uma ingratidão ou de uma injustiça.
Se for preciso chorar vamos às lágrimas, se gritar alivia a raiva, que se grite bem alto.
Se a solução for devolver à fonte faça um belo pacote de presente e mande entregar ao seu agressor, mas tome as precauções necessárias, não vale “pagar mico”.
Vingancinha branca até pode, mas não deixe que evolua para um sentimento mais forte de ódio ou rancor.
Isto só faria sofrer mais.
Dizer as si mesma “não gosto de estar me sentindo assim”, olhar se no espelho e conferir com sua própria imagem seus sentimentos, colocar se nos trilhos e seguir em frente.
Passou.
É, meninas, acho que andei lendo muitos livros de auto ajuda, mas como sentir raiva é coisa por demais humana não tem mal nenhum a gente refletir sobre isto.
Pensando bem, também solucionamos nossas pendências afetivas e redimimos nossas emoções negativas quando as encaramos, corajosamente

PODEROSAS
Quem gosta de liberdade tem que aprender a conviver com a solitude.
Ela pode ser uma boa companheira.
Basta experimentar.
Vale a pena.
Diferente da solidão que carrega o estigma de ser triste, de ter cheiro de abandono, a solitude é amena e é uma opção pessoal, coisa de mulher moderna.
De mulher poderosa, como se diz por aí.
De todas as idades, mas principalmente as maduras, que já aprenderam as duras lições da vida, essas moças bonitas, charmosas e atraentes dirigem seu próprio carro comprado com o esforço de seu trabalho, viajam sozinhas, vão da cozinha ao cinema sem medo de ser feliz.
Tudo isto ostentando um belo sorriso emoldurado por uma boca pintada com batom vermelho.
Vestem roupas da moda, primam pela qualidade, abanam cabelos sedosos ao vento deixando atrás de si um rastro de perfume francês.
Pagam suas despesas com cartões de crédito que exibem nas mesas dos bares e restaurantes onde almoçaram, jantaram ou apenas tomaram uma cervejinha gelada.
Sem nenhum constrangimento por exporem ao mundo sua solitude.
Para essas sacerdotisas contemporâneas seu templo é o mundo e nele não há clausuras.
Não lhes falta amigos, familiares e namorados, mas preferem dividir a alegria de viver consigo próprias e com ninguém mais, como uma espécie de desagravo às suas ancestrais amordaçadas.
Nada de egoísmo, apenas usufruir daquela sensação gostosa de”sentir se donas de seu próprio nariz”.
Já foi se o tempo do “eu só vou se você for”.
E olha que não faz tanto tempo assim que mulher nem era cidadã, não votava, não tinha CPF nem carteira de motorista.
Fumar, então, era coisa de mulher dama (como eram chamadas as prostitutas).
Beber, só refrigerante, usar calças compridas um escândalo.
Tudo coisa do passado, graças a Deus.
Hoje já se pode dizer que as mulheres são livres, mesmo que ainda haja quem se preste a discordar.
Concordar ou discordar é de foro íntimo, individual.
O que importa é que a roda da vida girou e faz se necessário viver e fazer se feliz.
Correr riscos faz parte do processo.
Uma geração inteira de mulheres corajosas arriscou sua reputação para que se chegasse até aqui imunes aos falatórios maldosos de poucos anos atrás.
Mulher é fêmea da natureza; livre para voar e buscar o que achar melhor para o seu momento, fazer suas escolhas, trilhar sua estrada.
É preferível colidir com um muro de concreto do que não viver.