Desculpa, começou mas já vai terminar.
Tem gente que precisa sempre de uma desculpa para ser ela mesma, ser original, ser diferente ou sobressair no meio da multidão.
Alguns usam alguma droga ou só o álcool, que aparentemente e em pequenas quantidades dá coragem e potencializa as ações e emoções.
Estar em grupo dá a falsa impressão de força e poder para uns tímidos e para todos os covardes.
Um ajuntamento de pessoas pode ser muito bom quando se propõe a orar ou de alguma forma ajudar a quem precisa.
Já um monte de bostas só significa muitos merdas.
Os shows de música, os jogos de futebol e os comícios juntam muitas pessoas que aparentemente têm o mesmo gosto, os mesmos ideais ou só torcem pelo mesmo time.
Vejo aqui dá minha janela a passagem de um bloco carnavalesco onde tem de tudo, inclusive muita gente alegre e animada querendo se divertir.
Mas, como desculpa e para encobrir a própria insignificância seguem juntos os mal educados, os baderneiros, os briguentos.
Todos covardes, encobertos por um pequeno grupo da mesma laia, protegidos pelo anonimato da multidão ensandecida pela música muito alta e as danças que lembram rituais mais ou menos cabalísticos.
Eu ia usar a palavra luxuria, mas é tão pobre a proposta desse amontoado de gente, que não passa de pura imitação de “maria vai com as outras” onde o canto é substituído pelos gritos e a dança pelo empurra empurra.
Percebo que o verdadeiro divertimento começa quando a música para e a multidão se dispersa.
Aí um conta para o outro como é difícil pular o carnaval disponível na nossa cidade, quem teve coragem de trazer o celular liga para meia dúzia de amigos e diz que estava “da hora”.
Bom mesmo é poder olhar a festa aqui de cima e dar graças a Deus que terminou.
KKKKKKKKKKKKK