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Janete Sales (Dany)

A casa dos sonhos
Eu encontrei a casa dos meus sonhos
e para lá eu fui de mudança
E naquele quintal imenso
eu plantei as flores da esperança
O meu sonho mais sonhado,
finalmente eu havia encontrado
O meu lar com muito amor eu comecei a enfeitar
Os três primeiros anos foram de muita alegria
A minha casa estava finalmente do jeito que eu queria
O jardim enfeitado com flores de todas as cores;
era lindo de se olhar!
Não faltava mais nada para a felicidade me abraçar
Mas o tempo passou e algo mudou
Eu sentia, eu percebia; mas não queria enxergar
Ouvia, mas não queria escutar
Sons e ruídos que vinham do lado de lá
E aquele pequeno transtorno, eu decidi ignorar
Quem sabe esquecendo, aquilo tudo iria passar
E tudo o que eu mais temia me acompanhava,
e apavorada eu fugia
Só que de ruídos então passaram
a ser estrondos e isto era todo dia
As paredes falavam, porém eu fingia não escutar
Um barulho que me tirava o sono
e não me deixava pensar.
Eram as vozes do ódio com ferros e pregos a se misturar!
E para me acalmar nas claras manhãs,
só os comprimidos eram bem vindos!
E o meu pavor foi crescendo, sem dimensão
O ponteiro do relógio não andava,
aumentando a minha depressão
Quanto eu mais rezava,
aquele fantasma vinha me assombrar
E eu já não mais existia,
eu era o próprio medo a me arrastar
Nas paredes do corredor
haviam mãos que estavam prontas para me puxar
À noite pesadelos estranhos;
uma criatura agarrada no teto a me fitar
Então um dia eu decidi,
ir para rua para esquecer um pouco o tormento
Porém quando eu voltei,
a casa parecia que ia cair a qualquer momento
Tremia, ruía, balançava
e tudo naquele ambiente parecia querer me expulsar
E o susto foi tão grande que eu me ajoelhei e cheguei a vomitar!
Ali eu já não me sentia sozinha,
sombras obscuras me acompanhavam em todo o lugar
E dentro de casa com muito medo, eu andava devagar
No quintal eu ouvia as vozes dos homens
que estavam na fábrica a trabalhar
Barulho de ferros, brocas e metal;
muitas risadas e todas elas eram para me assombrar!
E enlouquecida eu havia me tornado,
em uma mulher sem nenhum horizonte
Suja, triste, sem esperança e sem fome
Pelos móveis da casa
se espalhavam os meus comprimidos
E assim se passaram sete anos,
entre prensa, martelos e ruídos
E as vozes e as risadas se transformaram em gritos!
A casa dos meus sonhos tinha se transformado no inferno
Morreram as flores, e o meu jardim com cores obscuras
só conhecia o inverno!
Como eu sobrevivi
Hoje eu estou viva e posso lhe contar!
Eu fugi!
E a fábrica se encontra no mesmo lugar!
Janete Sales

Há um limite para tudo! Até para o perdão!
Um dia já me fizeram de tapete e pisaram em mim, limparam os pés nas minhas costas, e cuspiram no meu rosto.
Mas eu sempre ouvi dizer que o perdão é o remédio para tudo, então eu perdoei!
Já me humilharam e riram dá minha tristeza e caçoaram da minha capacidade de ser alguém
Mas eu sempre ouvi dizer que nós não devemos pagar o mal com o mal, eu me distanciei dos opressores e eu deixei o lugar livre para eles brilharem.
Um dia jogaram um tapete imenso no chão para que eu passasse por cima e justo quando eu estava no meio do caminho, puxaram este tapete, e riram da minha queda!
Mas como eu sempre ouvi dizer que nós devemos perdoar o nosso irmão eu me levantei sorrindo e perdoei o acontecido!
Até que um dia, eu me enfastiei de perdoar a maldade.
Aquela maldade que insiste, que mesmo que você perdoe a pessoa por dez vezes, por cem vezes esta pessoa ainda vai te trucidar!
Eu aprendi com tudo isto que eu existo, e que há um certo limite para perdoar alguém, senão a vida nunca vai me perdoar por eu me anular!
Se eu não me amo, é porque eu me abandono, e eu agindo assim acabo estimulando as pessoas de má fé, que se sentem no direito de me invadir porque pensam que eu não tenho dono!
Hoje em dia
Ai daquele que quiser me fazer de tapete, ai daquele que me derrubar no meio do caminho
E ai mais ainda daquele que me humilhar, desaparecerá do meu mundo e morrerá no meu pensamento, é assim que se extermina um invasor!
E por favor, nunca mais me peçam para colocar flores num vaso que contém ácido!
Perdão, amor e carinho eu sou dou a quem merece!
Janete Sales