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Demétrio Sena Magé RJ.

PREGANDO PARA O PREGADOR
Demétrio Sena, Magé RJ.
Experimente pregar o evangelho sem propagar as bênçãos divinas tanto na terra quanto no céu.
Pare de anunciar aos prováveis futuros convertidos, que Deus fará o milagre da cura; do sucesso no trabalho e nos negócios.
Da proteção contra todo e qualquer mal.
Elimine de seus discursos a promessa do poder sobre quem conspira contra os verdadeiros servos de Deus.
Tente converter os desfavorecidos na terra, sem lhes dizer que as ruas do céu são de ouro e cristal.
Que Deus lhes reserva mansões celestiais entre outras riquezas do além.
Tire da sua pregação, todas as vantagens visíveis de servir a Deus, e só mantenha o contexto; a essência do amor; as promessas de paz espiritual, conforto e força interior para passar pelas provações que atingem a todos: cristãos; muçulmanos; budistas; umbandistas; ateus
Ouse pregar o evangelho sem encher os olhos, e sim, o coração, além da consciência de quem ouve.
Nada de riquezas aqui ou acolá.
Nenhum poder sobre nada e ninguém.
Nenhuma palavra que desperte ambição, soberba, e faça do convertido alguém que se julgue um ser humano superior.
Jamais incite o preconceito, o separatismo e a hipocrisia.
Tente, você mesmo, acreditar no evangelho sem atrativos, privilégios, vantagens e promoções.
Exercite o desejo de ver uma igreja composta por fiéis que lá estão por amor sincero, fé genuína e o desejo de servir.
Mostre aos pagãos um Deus que realmente criou todas as coisas, inclusive o homem.
Não esse Deus criado pelo homem conforme suas necessidades, conveniências, ambições e fome de poder.
Lamento por informar que as igrejas serão menos inchadas.
Isto significa menos dízimos; menor poder de barganha com os políticos que trocam favores por votos de fiéis.
Consequentemente, um salário menor para quem lidera, como será bem menor o prestígio desse líder no "caminho dos pecadores" ou na "roda dos escarnecedores" que viabilizam materialmente a existência da igreja, o que os torna essenciais em sua sobrevivência institucional.
Viva em paz com os seus fiéis, por esse amor; essa fé.
Pela esperança na eternidade essencialmente espiritual.
Um reino que, além da supremacia do próprio Deus em sua triunidade, não repetirá os privilégios, hierarquias, disputas e desigualdades sociais da terra.
Palavras de um pagão.
Pode acreditar.

AO PROFESSOR QUE NASCEU PARA SER PROFESSOR
Agradeço todos os dias ao destino, pela graça de ser educador.
Arte educador.
Inserir me nesse contexto como profissão me fez mais do que um profissional: alguém que se reconhece como quem nasceu para isso.
Tenho, evidentemente, minhas angústias relacionadas a proventos, condições ideais de trabalho e as grandes dificuldades externas que acompanham nossos alunos até os espaços formais de aulas, oficinas e projetos educativos, tanto no conceito pedagógico, especificamente, quanto nos conceitos da arte e da cidadania.
Sou um professor que não dá nota.
Que pode mudar, todos os dias, as estratégias para vender suas ideias e seduzir os alunos.
Atraí los para contextos mais prazerosos do que a obrigação de alcançar notas e pontos para passar de ano.
Às vezes, adulá los.
Talvez por isso, eu não tenha nem condições de alcançar a grandeza dos esforços diários dos professores em disciplinas obrigatórias, que têm a dura missão de preparar pessoas para o mercado de trabalho.
Para disputas mercadológicas e a sobrevivência em uma sociedade competitiva e cruel, devido à falta de espaço confortável para conquistas.
Não tenho a mínima condição de avaliar precisamente a realidade total das salas de aula, mas sempre que vejo um professor de pelo menos alguns anos de profissão, admiro o profundamente por ter atravessado esses anos, diante do que vejo.
São muitos e muitos os professores que portam condições plenas de abraçar profissões muito mais rentáveis, e o fariam competentemente, mas não fogem do que escolheram, porque seriam somente profissionais.
E como nasceram para ser professores, não seriam felizes se não fossem profissionais e seres humanos, como tem que ser, mais do que ninguém, quem nasceu para ser professor.
Reitero, portanto, meu profundo respeito e minha admiração aos que trabalham com amor e sofrimento; com revolta e dedicação; com sorrisos muitas vezes salobros, porque se misturam ao pranto, mas logo se sobressaem, porque o amor ao que fazem tem sempre reserva de otimismo.
Ao mesmo tempo, meu desprezo profundo e a não admiração aos patrões da educação tanto particular quanto pública e aos cidadãos de má vontade responsáveis pelo sofrimento, a revolta e as lágrimas do professor que nasceu para ser professor.