Naquela madrugada, o seu silêncio escreveu saudades e com ele sua morte trazia
Acordaste do sonho da vida, e tuas lembranças, nós acolhia.
SONETO SOLENE
Evocar o tempo, e nesta saudade em rudez
as lembranças são qual suspiros de tua ida
o silêncio invasor na casa após a tua partida
pra morte, igual, desfolho outonal em palidez
Fatal e transitório, a nossa viveza é vencida
pelo sopro funesto, ao sentimento a viuvez
Julho, agosto, setembro, vai se mês a mês
ano a ano e outro ano a recordação parida
Da saudade filial, que dói numa dor doída
de renovação amarga e de vil insipidez
que renasce na gelada ausência sofrida
No continuar, o vazio, traz pra alma nudez
chorada na recordação jamais esquecida
Neste soneto solene: sua bênção outra vez!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
13 de julho, 2016
Cerrado goiano