Agora eu entendo o pânico de algumas pessoas com as palavras “se apaixonar”.
Fiquei tanto tempo sem saber o que era isso, que quando ouvia alguém falar achava algo normal, mas que eu não dava a sorte de acontecer comigo.
Nunca entendi a maneira da maioria de encarar a situação como algo negativo.
Costumava dizer que as pessoas tinham sorte de se apaixonar, que eu queria lembrar o que era isso de verdade.
Sempre achei lindo poder gostar de alguém, essa coisa de renovação, sentir um friozinho na barriga ao encontrar a pessoa, voltar a ser menina de novo.
Ouvir música e só pensar em uma pessoa, escrever com um personagem principal como foco.
Acho que quando ficamos muito tempo sem sentir nada, quando acontece sentimos dez vezes mais.
Pelo menos é o que parece.
Não me lembrava mais como era sofrer esperando por uma ligação.
Aliás, pra ser sincera, nunca fui boa com essas coisas.
Não sei jogar.
Acho uma idiotice querer brincar com a própria vida e os sentimentos, porque muita gente não sabe brincar e a brincadeira acaba não saindo da maneira mais divertida.
Brincar com coisa séria pode doer, e talvez por medo dessa dor eu tenha me escondido na minha armadura.
Como se isso fosse me proteger de alguma coisa.
Não acho que tenha sido a melhor escolha, mas faz parte também.
Sentir nada é bom às vezes, a gente aprende a valorizar quando se sente algo especial.
Quanto a ser correspondido ou não, isso é um detalhe.
Não parece, né Mas é.
Antes eu me importava mais com o que o outro iria pensar do que com o que eu mesma sentia.
Grande engano.
Pra você estar apaixonado e ser feliz de verdade, ser somente correspondido não é o suficiente.
Antes de tudo você precisa aprender a lidar com o sentimento.
Esse é o principal desafio, que muitos nem tentam desvendar.
Não esqueça, pessoas se vão, mas você e o que você resolve fazer consigo mesmo, fica.
O segredo é, antes de tudo, se compreender.
Só assim você poderá compreender o outro pros dois saberem o que fazer a respeito pras coisas darem certo.