Verde na memória
Lembro daquele dia verde.
Nublado, mas verde.Era de um chove mas não molha impressionante.
E tanto era, que ficamos nós dois ali, deitados na tua cama: eu tentando te convencer de que o dia valia ao menos um mergulho na piscina, e você dizia que ia começar a chover.
E chovia, sempre.
Você olhava nos meus olhos, eu olhava teus sinais e tentava ligá los, fazer algum desenho no teu rosto; e aí meus olhos encontravam os teus, tão atentos e sorridentes em mim.
Eu me perdia em você.
Ria, chacoalhava pra lá e pra cá.
Te beijava os olhos fechados, e te amava mais uma vez.
Pelo menos eu tinha consciência do quanto estava feliz ali, naquele momento e em tantos outros.
Hoje, só me resta saudade.
E quando o dia é assim, parecido com aquele verde nublado, meu coração dói, meus olhos choram a cor deles para fora, minha boca treme tua ausência, meu corpo sente a falta do teu contorno.
Dias assim me fazem querer estudar física e o que mais for necessário só pra poder construir uma máquina do tempo e te viver mais uma vez, sem ser apenas dentro de mim desse jeito.