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Coisas Inexplicáveis

Às vezes, paro no tempo e fico, inexplicavelmente, indagando a respeito de certas coisas que acontecem em volta dessa autarquia, desse sentimento indefinido chamado de amor.
Há quem diga que já sofreu por causa dele, há quem diga que não sabe o que amar e há quem diga que já fez alguém sofrer por não corresponder ao amor do próximo.
Diante de tantas possibilidades, como é possível alguém definir a intensidade, a proporção, a cronologia e a maneira que ele acontece Explicar um sentimento pessoal, totalmente individual é querer interpretar aquilo que está além da nossa capacidade.
O amor é aquilo que cada pessoa precisa naquele momento.
Então, como se pode ter certeza do que o coração alheio necessita para ficar satisfeito Nós somos completamente leigos e desinformados do que uma pessoa, com exceção de nós mesmos, sente.
Medir, classificar, conceituar o sentimento de alguém é nada mais que fazer uma medíocre suposição.
O amor é um sentimento intangível, se não o fosse, não causaria esse avalanche de situações diferentes e de emoções fortes em nossos corações.
Se existem dúvidas e medo de viver intensamente o que o seu coração pede, seja responsável por suas escolhas e desista de lutar por aquilo que, uma vez alcançado, lhe trará paz naquele momento.
Mas não tente medir nem descobrir a essência do coração da pessoa que você tanto quer, para dessa forma, começar a lutar por ela.
Será tempo perdido, pois o que realmente nos satisfaz não é entender o sentimento de quem gostamos para decidis nos doar.
O que nos faz bem é usar a nossa capacidade de reconhecer o que está incompleto em nós e dessa maneira procurar, nesse outro coração, um pedacinho da gente, o que verdadeiramente nos faz falta.

O AMOR E O PERDÃO FAZEM COISAS INEXPLICÁVEIS
Autor: Elias Torres
Quem tem filhos sabe como é difícil educá los e a educação é uma luta diária, na qual não existem tréguas.
E quando eles brincam com outras crianças Aí duplica nossa responsabilidade, pois há outras crianças envolvidas e todo cuidado que possamos ter ainda é pouco.
Há muito tempo, dois vizinhos conviviam muitíssimo bem.
Suas crianças brincavam depois que chegavam da escola e se divertiam muito nos dois grandes terrenos que os pais possuíam.
Certo dia, um dos filhos de um desses vizinhos bateu no coleguinha com tal violência que chegou até a tirar lhe sangue.
O garoto ficou todo machucado.
A mãe não agüentando a situação dramática do filho caçula, xingou a outra mãe de tudo que era nome feio e também de irresponsável.
A mãe do menino ferido, disse as seguintes palavras:
De hoje em diante não quero ter amizade com você e quero que seus filhos fiquem longe dos meus, pois não preciso de vocês pra nada.
A mãe do garoto que havia batido, vendo a revolta da vizinha disse:
Por favor, perdoe meu filho! Eles são apenas crianças! Não leve isso tão a sério, pois eu preciso da sua amizade.
Mas a outra, inconformada com a surra que o filho havia levado, retrucou dizendo lhe:
Já falei e está falado.
Saia da minha frente e, se tiver vergonha nessa sua cara, não me dirija à palavra.
Em menos de um mês, o pai da criança que havia sido machucada, levantou um muro de dois metros e meio de altura, com inicio na lavanderia indo até o portão.
Com isso, os meninos deixaram de brincar.
E olha que o pai e a mãe do garoto, que havia batido, foram até desse vizinho pedir perdão novamente, mas não adiantou nada.
Ficaram assim por quinze anos, sem se falar.
A mãe do menino que havia surrado o coleguinha tentou por várias vezes obter o perdão de sua vizinha, mas não teve sucesso.
Diante disso sentiu em seu coração, que as pessoas que pertenciam àquela família eram seres obtusos e, resolveu entregar o caso para a justiça divina.
Como sempre, quem sofre com as rixas dos adultos são sempre as crianças.
Não é brincadeira, mas a contranitência, ou seja, a força repulsiva dessa família relatada nesta história, é algo que ainda existe nos dias de hoje
Certo dia, o menino caçula da família do "coração endurecido", já com seus vinte anos de idade, adoeceu, chegando até a ficar internado.
Quando voltou para casa, todos os vizinhos foram visitá lo, inclusive o vizinho do qual estavam afastados havia muito tempo.
Ele entrou com educação, saudou a todos e desejou saúde ao moço doente e saiu novamente.
Os dias foram passando e o rapaz, em virtude de sua doença, fazia hemodiálise semanalmente.
Os médicos lhe disseram que, para sobreviver, era necessário que fizesse um transplante de rins, mas ele tinha que ficar na fila de espera aguardando um doador, pois havia muitas pessoas necessitando de transplantes e poucos doadores.
Num dia chuvoso, quando um dos filhos da humilde família voltava do trabalho, foi atropelado por um carro, que perdera a direção.
Socorrido imediatamente, foi internado em um hospital e a equipe médica informou à família que o mesmo tivera morte cerebral.
Seus pais, no momento de dor, choraram muitíssimo, mas não fizeram de sua dor um escândalo.
Creio eu, que eles tiveram o aconselhamento de Deus e, por esta razão, resolveram doar todos os órgãos do filho, mas deixando bem claro às autoridades competentes, que os rins deveriam ser doados para o filho doente de seu vizinho, que há anos sofria com a doença.
A família arrogante, de coração empedernido, aceitou a doação e começou a aprender o verdadeiro sentido do amor.
O rapaz recebeu os rins do moço que outrora, por brincadeira de criança, o tinha machucado, mas que agora, depois de morto, estava salvando a sua vida e trazendo harmonia para a família.
Deus é mesmo misterioso! Ele é o dono da vida e faz uma perda ou uma tristeza virarem uma bênção.
Será que precisa acontecer uma tragédia na vida das pessoas para poderem e aprenderem se perdoar