Eu não acredito em nada que diz ser eterno ou nem que há vida eterna para um espírito que
florescerá e que terá nova chance.
Por outro lado, a única maneira do homem se aproximar de uma
"eternidade" é deixar seus rastros genéticos pelo mundo, fazendo filhos, deixando herdeiros e
descendentes.
Mas penso que esta é uma forma egoística que os homens encontram para perpetuar suas pegadas e impressões que deixaram no mundo e assim dar continuidade à vida.
Ninguém precisa sofrer na própria carne as dores do mundo.
Ter consciência destas dores é uma forma de tormento.
E eu sei que nem todos os ascendentes deste mesmo homem terão esta consciência, essa supraconsciência, melhor dizendo.
Então, aqueles que decidem em não ter filhos, amam ainda mais a vida e até mesmo seus filhos em alguma reminiscência platônica, digamos assim, porque não querem deixar as misérias do mundo, as injustiças e toda desgraça para eles.
Às vezes a morte não é motivo para dar continuidade a nada.
Ao contrário, pode servir de remate de todas as promessa, de todas as dores e expectativas vãs.