Ah mar, é!
Já é madrugada, praia vazia.
Areia molhada, cheiro de mar, ar de vazio.
Quantos pés pisaram nessa areia, quantos corpos se banharam nessa água salgada !
À cada onda que quebra, meu coração bate quatro vezes.
Será que bate ou apanha
Pessoas sorriem, felizes, nessa maré, pessoas choram, tristes, nessa maré.
O mar mexe com qualquer ser humano, aflora emoções, esbanja beleza e emoção.
Riscando na areia, só, rabiscos querem ser transformados em nomes, em sentimentos, em vida, em emoções O coração procura, procura em que se apoiar, na areia No mar Nas pedras Em pessoas Pessoas Não, pessoas não Ou sim !
Ao fundo, o som vem de uma mansão, música ao vivo, gente rica, de dinheiro, dando uma festa para seus convidados VIP Sendo felizes Ou valorizando, cada vez mais, o perecível
Barcos à deriva, a luz do luar ilumina o que é necessário.
Um cão passa me olhando Se ele pudesse raciocinar e falar, acho que perguntaria o motivo, de ele ser chamado de irracional, pois és sincero, és lindo, não tem maldade E o animal, que se diz racional, é o total reverso.
A brisa não me abandona, as pedras, a água, a areia, o cão, me fazem companhia, quer companhia melhor O maior mentiroso aqui, é eu, os outros, não mentem.
Mostram a verdadeira face da natureza, mostrando, a total ignorância que tenho.
Assim me sinto sábio, sabendo o quão pequeno sou, perto da imensidão que me cerca.
A natureza me tapeou.
Foi o tapa mais lindo, mais sutil, e ao mesmo tempo agressivo que já tomei Obrigado natureza (Beijo, meu jaguara véio! )