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Arcise Câmara

Adotei uma postura observadora inocente com relação à problemática família do marido
Era a paranoia da estética, eu era magricela, pele e osso, ele ia me quebrar ao meio, muitas razões me fizeram concluir que não dava mais, no entanto, existe vida inteligente por trás de um casamento, eu não ia me separar por causa dos outros.
Quando estávamos na praia, ao invés de observarem a natureza viva, ficavam falando o quanto eu estava feia de biquíni, como era possível ele se apegar a mim daquele jeito.
E a pergunta que não quer calar, que diacho a família de origem dele vai à praia com vocês Essa pergunta era uma das minhas prioridades e a resposta é a seguinte: ele divulgava para a família dele até os nossos pensamentos e quando a turma se convidava ele não sabia dizer não e nem via maldades em suas ações.
Com o tempo minha autoestima estava associada à opinião dele a meu respeito, de tanto a família falar, ele também achava que eu merecia uns quilos a mais.
Eu tentava disfarçar meus erros, minha dor, meu riso.
Eu combinava internamente que só ia falar do tempo, da novela, do galã, do vídeo show, e algumas indiretinhas como: Não se cresce a sombra do outro.
Sem querer ser repetitiva cada um é único e deve cuidar da sua própria vida, eu falava.
Eu procurava me manter serena, concentrada, pensativa, mas eles me tiravam dos trilhos, era como se eu tivesse diabetes ou câncer, era um come isso, come aquilo, come mais, precisa engordar, assim o vento te leva.
Os palpites eram a ostentação e o luxo imaginável de se meter na minha vida, que a essa altura do campeonato não estava mais feliz.
Convidei as dificuldades para entrar e me permiti um momento a sós comigo mesma.
Nunca fui de fazer birra, éramos ratos de praia e a sombra dele (família sempre ia junto).
Porque era tão difícil simplesmente dizer não, eu me questionava, não queria afastar meu esposo de ninguém, muito menos da família, curto a família e acredito que esse vínculo nos pertence eternamente, mas a segunda família precisa de espaço para crescer e desenvolver.
A minha tática é, olhar para eles como quem olha para um filme na tv, transformar todas as ofensas e disse me disse em sessão da tarde e o mais importante, manter minha paz.

Eu pesava 84 kg (já pesei 86) e estou com 76 kg sem dieta e apenas 90% “fazendo a coisa certa” e 10% fazendo a coisa errada.
Mas vou transcrever em que consiste minhas conquistas contra a balança para atingimento do peso normal, diga se de passagem que eu já eliminei o nível obesidade grau 1 e estou no sobrepeso e daqui a pouco estarei com o peso normal, ou seja 64kg ou menos.
Várias coisas me fizeram tomar atitudes vou lista las abaixo:
Efeito sanfona: Ganhei duas estrias horrorosas que mais parecem cicatrizes de cirurgias de recuperação em acidente de trânsito e isso me deixou completamente fora de mim, porque apesar das minhas inúmeras celulites (covinhas charmosas), milagrosamente não tinha estrias.
Fazer dietas restritivas, cortar doces e outras delícias radicalmente, não usar o “coma moderadamente” e poucos dias depois matar o desejo comendo o triplo do que renunciei.
Conscientização pela minha irmã que eu era determinada para todas as coisas.
Conseguia e lutava por tudo que eu queria, salvo a determinação em emagrecer.
Ver um amigo recém engordado e não reconhecê lo de prontidão, gordo e irreconhecível, parar e pensar se ele era realmente ele, me fez refletir sobre a minha gordura, porque quando a gente engorda a gente se transforma e eu conheço vários casos de pessoas que fizeram cirurgia bariátrica e me falavam que as pessoas não as reconheciam e eu levei uns 3 minutos para ter certeza que ele era ele.
O mais determinante neste processo foi analisar o comportamento das pessoas magras e das pessoas gordas e eu me choquei vendo atitudes “horrendas” dos outros em mim mesma.
Observei que gordo come sem parar, a sensação para quem observa é de que a comida vai acabar, gordo não desfruta uma caixa de chocolate belga com validade até 2014 aos poucos, ele acaba a caixa na mesma hora, gordo quer tudo para ontem, faz uma reserva no estômago de comida como se fosse passar fome por meses.
Gordo só se contenta em parar de comer quando aquele bolo ou sorvete acabam e fica provando e comendo de 5 em 5 minutos até não ter mais nada.
Os magros comem devagar, conversam na mesa, não estão preocupados com o prato, se deliciam mais com o bom papo do que com a refeição, preferem um delicioso chocolate fino a uma caixa de bombons garoto.
Incorporei atividade física, jogar tênis de mesa, caminhar, pedalar, deixar de ir na padaria e no supermercado de carro, fazer compras em pequenas quantidades para trazer as sacolas carregadas por mim.
Comer verduras ou legumes em todas as refeições e frutas no café da manhã e lanches.
Comer tudo de 1, um pão com queijo, uma fatia de bolo, uma fatia de pizza, 1 copo de suco e me esforçar para não repetir (às vezes que repito e não consigo deixar de ser gulosa deixo de jantar).
Caso eu coma uma fatia de pão naquele dia não como mais pão de jeito nenhum.
Comer peixes, frutos do mar, carnes magras e pouco frango (tenho a impressão que todos os hormônio injetados nos frangos se transportam para o meu corpo).
Abolir rodízios de qualquer espécie.
Aprendendo a cozinhar: Cozinhar comidas saudáveis e transformá las em gostosuras é impagável.
Tomar um copo d’água a cada 1 hora e ter muito saco de ir ao banheiro toda hora para fazer xixi.
Incorporar arroz integral, farinha de trigo integral, pão integral, trocar o queijo por creme de cottage ou ricota, trocar o suco por água, deixar de tomar toddynho (trocar as calorias líquidas por sólidas), comer doces apenas em aniversários, não comprar doces para ficar no armário.
Como sou gulosa e quero sempre servir 4 dedos de bolo, pedir para a aniversariante me servir uma fatia fina e me contentar com ela.
Fazer um prato com proteína, carboidrato, legumunosa, verduras, grãos e azeite.
1 carboidrato é suficiente se eu faço questão do purê, não como arroz.
Não se culpar por vez ou outra meter o pé na jaca e não sentir culpa em comer, o importante é não exagerar mesmo que suas escolhas não sejam tão saudáveis.
Mas vale, uma fatia fina de bolo do que passar jejum e comer o dobro depois.
Descobri o quanto meu intestino funciona melhor quando eu como de 3 em 3 horas, o estômago fica trabalhando o tempo toda e não fica preguiçoso.
Espero que eu possa ter ajudado alguém e eu confesso que não estou em busca de perder peso e sim de eliminá los para sempre.