"E é isso.
A gente vai se podando, podando relações, amizades, amores, familiares
Se poda tanto que não sobra folha suficiente para conseguir se resistir a um vendaval,
nem o suficiente para conseguir respirar.
E com isso, vai se sentindo sozinho, desconfiado até da própria sombra, que ao contrário do que deveria, já deixa o sol passar por seus vazios.
Mas a que custo
A que custo deve se retalhar toda a copa de sua essência
e em troca permanecer transplantado numa minúscula jardineira,
isolada num árido deserto de concreto e cimento
onde outros arbustos, já alheios de seus próprios anseios, dão o primeiro corte de cabelo à mais nova muda."