Boa Noite
Boa noite, Maria! Eu vou,me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.
Boa noite, Maria! É tarde é tarde.
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Não me apertes assim contra teu seio.
Boa noite! E tu dizes Boa noite.
Mas não digas assim por entre beijos
Mas não mo digas descobrindo o peito,
Mar de amor onde vagam meus desejos!
Julieta do céu! Ouve a calhandra
já rumoreja o canto da matina.
Tu dizes que eu menti pois foi mentira
Quem cantou foi teu hálito, divina!
Se a estrela d'alva os derradeiros raios
Derrama nos jardins do Capuleto,
Eu direi, me esquecendo d'alvorada:
"É noite ainda em teu cabelo preto "
É noite ainda! Brilha na cambraia
Desmanchado o roupão, a espádua nua
O globo de teu peito entre os arminhos
Como entre as névoas se balouça a lua.
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É noite, pois! Durmamos, Julieta!
Recende a alcova ao trescalar das flores.
Fechemos sobre nós estas cortinas
São as asas do arcanjo dos amores.
A frouxa luz da alabastrina lâmpada
Lambe voluptuosa os teus contornos
Oh! Deixa me aquecer teus pés divinos
Ao doudo afago de meus lábios mornos.
Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
Treme tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento!
Ai! Canta a cavatina do delírio,
Ri, suspira, soluça, anseia e chora.
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Marion! Marion! É noite ainda.
Que importa os raios de uma nova aurora !
Como um negro e sombrio firmamento,
Sobre mim desenrola teu cabelo
E deixa me dormir balbuciando:
Boa noite! formosa Consuelo.