Um Amor
Foste o amor maior de minha existência,
ou talvez o danado o pior ou o gentio,
glória e tormento, a escuridão e luzidio,
contigo fui poesia sem uma reverência!
Morreste, e a minha solidão é residência :
ardes me o suspiro, enches me de vazio,
e o meu anseio tem gosto de doce arrepio,
e rolo te no pensamento com insistência.
Amor extremo, arvore de insano fruto,
foi o tempo, muito mais que só instante
por que, feito, eu não vesti o teu luto.
Sinto me o beijo, e no abraço te escuto,
triste olhar rútilo! e desejo tão delirante,
na ferida saudade deste amor irresoluto.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de janeiro, 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando