Por mais que queiram impôr uma pena
capital à um poeta, na alma dele mora
a chama redentora do mundo celestial.
O poeta é o abolicionista, o inconfidente
essencial e para ele não há umbral.
O Universo é o prêmio dos poetas,
nele cabem Ariano e as letras
O Universo é o boticário dos poetas,
é nele que removemos a trama espinhenta
Está no poeta o olho do furacão: ele é
o princípio e o fim de toda revolução.
É fato, que toda a poesia
nasceu para ser castigada mas nada,
nada mesmo fará a alma do poeta fadigada.
O Universo é o mar dos poetas,
com ele brincamos com as estrelas
O Universo tem a força dos poetas,
o cheiro de nós dois nele se intensa
O Universo cabe no Sertão e faz lavoura
no Deserto, bobo é aquele que acha que
o poeta não tem nada de esperto
O poeta finge que dorme, mas sempre
está com um olho fechado e outro aberto.
O Universo cabe na mão do poeta,
só ele é domina a arte de semear a terra
O Universo é o instante intacto da ternura,
ele conhece bem a rota de fuga da amargura
O prêmio do poeta sempre será o Universo,
porque no nosso escrever
cabe o Universo inteiro
O poeta finge que cansa, mas não
desiste nunca o espírito do poeta é trigueiro,
o poeta arruma sempre um motim festeiro.
O Universo é a geografia dos poetas,
é nele que abrimos estradas e somos lenda
O Universo é a casa dos poetas,
é nele que mora a felicidade imensa
O poeta já nasceu sabendo
que nada desanima e que tudo desafia a poesia.
E sempre haverá mil motivos para continuar
escrevendo a poesia.
O poeta conhece a dor, e sabe o quê é a alegria;
conhece o Universo da nostalgia, e o caminho
da galáxia que extasia o Universo da Poesia.