Quem procura
me entender:
sempre perde
a cabeça!
Nasci livre
como uma ave,
Insistir comigo,
de nada vale,
não compensa
Sou um poema
de quinta,
um verso vagabundo
Uma poesia bandida,
rebelde
Doidamente
transtornada,
Cauda de cometa,
constelação efusiva
Doido verbo
e provocativo,
Dançando em cima
dos estilhaços,
Desse planeta
cheio de cacos,
Versos feitos
a fio da espada,
Brio, doçura e sangue
fervente
e determinado
Pelos alçapões
do inconsciente,
Repleto de si
e com assinatura
própria
Corto com os versos
de Salomé
o teu juízo
E me misturo
aos teus aromas,
Furtando, assim,
o teu coração.
Então, repousa aqui,
bem aqui,
A tua mente
e o teu coração,
Assim, neste colo,
a fantasia,
O teu implacável
desejo
De mergulhar
na sedução;
Nascida
dessa cantiga,
E de cada verso
de paixão.
Voa, então, sobreviva,
Não se recuse, não se negue,
se promova
Ao meu colo, se renda,
Prossiga como quem se atreve