Nas casas, nos lares, nas ruas.
A vida segue.
O coração pulsa.
A mente raciocina.
Até quando Pergunta que não importa.
Segue a vida e seguimos até o quando será.
Os dedos digitam.
As mãos cogitam.
No ritmo frenético da produção há vida.
No silêncio da mente há vida.
Nos campos.
Nas indústrias.
No comércio.
E somos muitos.
E somos vários.
E passaremos, quando a cada instante passamos.
Convém sorver a vida, quando somos pela vida sorvidos.
O relógio fraciona os instantes.
Os instantes ignoram nossa cronometragem.
E somos otimistas.
E somos pessimistas.
E somos nada.
E somos tudo.
Somos imagem no espelho.
Somos imagem do tempo.
Somos cosmopolitas.
Somos rurais.
Somos índio.
Branco.
Negro.
Amarelo.
Um ser sem cor.
Somos palavras que respondem.
Palavras que ignoram.
Somos o tempo que demora.
E passa rápido.
Somos a carne no açougue, cortada em fatias.
Somos a verdura do corpo que se crê saudável.
Legumes e frutas.
Queijos e laticínios.
Somos a rosa, com ou sem espinhos.
Somos tão vários.
E somos tão o mesmo.
Sumos de cores variadas.
Espectros de luz dos mais diferentes primas.
Somos a sede.
De vida.
Para além das rimas.
Somos o ser que fizemos, quando nos fizeram.
Somos essa manhã de sol que nos lembra que ontem foi noite.
Somos cinza, fluorescente.
No pulsar de um neurônio que se acende.
Monalisa Ogliari