VIDA INDESEJADA
Ahh, vida terrível, ingrata, feia e lamuriante
Porque se recusa a ceder lhe o fim piedoso
Obriga te à ostentar este amargo semblante
Porque te recusas à navalha Mais honroso!
Rezaste pedindo este peso nos ombros
Quando foi que apelaste ainda por sol e lua
Não pediste nada.
E ganhaste escombros!
Á ti, a tão desejada morte, apenas se insinua
Aguardas com ânsias o seu derradeiro versejar
O eterno silenciar do teu choro.
Alheamento
O não mais dor.
O poema último a bradar!
Mas o tempo é lento, arrasta te nas loucuras
Nem gritas mais, calaste teus gritos de ventos
Pois sobre ti voeja o pássaro da alma escura!
Anna Corvo
(Pseudônimo de Elisa Salles