Penso que tive uma vida muito fácil.
Nunca precisei fazer muitas escolhas, porque por sorte, sempre tive quem as fizesse para mim.
Qual roupa vestir ou qual o melhor corte de cabelo, até onde deveria ir e com quem andar.
Essas preocupações eu não tive, pois haviam pessoas para me dizer o que fazer.
Faça aquilo que ama, dizia mamãe, desde que dê dinheiro, estabilidade, notoriedade e te faça feliz, menos física, coisa de doido falava ela.
Já papai não pressionava quanto a isso, mas reservou que eu nunca seria realizado se não cursasse engenharia, porque era o meu sonho.
Não sei você, mas fui feliz, pelo que me contaram, não podia reclamar de uma vida tão boa, todos sempre afirmavam.
Entretanto, tive uma morte dura e dolorosa, mas tão livre que me senti mais vivo do que nunca.
Lembro me de chorar, por não conseguir conter a felicidade que me invadia.
Não conheço muitas almas, mas imagino que não aceitam tão bem quanto eu a liberdade que a morte oferece.