Dentro da minha belíssima caixa de concreto e aço, sentado em minha caixa de madeira e espuma, percebo que é necessário pensar fora da caixa.
Faço linhas com a caneta traçando objetivos para o futuro, noto que há traços seus por todas as partes, preciso apagar los.
Enquanto rodo com o carro pela cidade, os ponteiros rodam no relógio.
Preciso parar de rodar minhas lembranças, buscando rememorar em que ponto você saiu pela tangente.
Na estrada, vejo as curvas do seu corpo.
Reduzo para evitar acidentes.
Eventualmente, deparo me com a realidade, e vôo em direção ao relento entrego meu corpo as estrelas, que me fitam fixamente.
Deitado em uma mesa de metal, lembro como eram duros e frios os seus toques.
A polícia afirma que perdi o controle ao avistar o seu sorriso.
Na autópsia, o legista encontra um coração imenso e esfacelado, um estômago cheio de borboletas, e mãos que desenham poesia Causa Mortis: ilusão.
No enterro, preferi manter os olhos fechados, havia muita dor por todo lugar.
Optei pelo silêncio, pois não encontrei palavras para tal momento.
Então, deixei me.