Me sinto cada dia mais só.
Perdendo cada vez mais sonhos.
Não espero mais nada da vida.
Não me importo mais comigo, não me importa em ser importante.
Não tenho mais pressa, nem paciência pra nada.
Se eu viver, vivo, se eu morrer, morri.
O pior não é estar sozinho, o pior é a solidão.
Coberto de companhias, mas a alma vagando pelo beco coberto de lixo.
Percebo que sou triste, que em raros momentos o sorriso é presença na face, em ébrios momentos.
A tristeza prevalece, pois quando não estou feliz, sou triste, não existe meio termo, não existe meio da ponte, sempre fico de um dos lados, nenhuma plena, nem completa.
O álcool e o cigarro, já me são refúgio, as leituras pessimistas, são de forte identificação.
Cada perfume que sinto, é uma facada de esperanças e desilusões.
Já não sei fingir mais nada, só entendo as pessoas, não sou sociável, muito menos, agradável.
Sou eu, sou podre, sou cheiroso, sou mendigo e bem vestido, sou poeta e escritor, sou fumante e alcoólatra, sou triste e machucado, sou de raro sorriso, de semblante dolorido e sisudo, não minto, a poesia que limpa e suja meu caminho, as letras que contam uma história tão manchada.
Sou tudo isso e mais, mas o mais é irrelevante, é ainda mais desinteressante que o resto.