Se queres amar a vida, eu preferiria dizer, se queres apreciá la lucidamente, não te esqueças que morrer faz parte dela.
Aceitar a morte a sua, a dos próximos é a única maneira de ser fiel à vida até o fim.
Mortais e amantes de mortais: é o que somos e o que nos dilacera.
Mas essa dilaceração que nos faz homens ou mulheres, também é o que dá a vida o seu preço mais elevado.
Se não morrêssemos, se nossa existência não se destacasse assim contra o fundo tão escuro da morte, seria a vida tão preciosa, rara, perturbadora “Um pensamento insuficientemente constante sobre a morte, escrevia Gide, “nunca deu valor suficiente ao mais ínfimo instante de vida.”
Portanto é preciso pensar a morte para amar melhor a vida em todo caso, para amá la como ela é: frágil e passageira para apreciá la melhor, para vivê la melhor, o que é uma justificação suficiente para este capítulo.