MUNDO INSANO
Mundo insano, contraditório por si mesmo.
O que se jura, esquecessem se os juramentos.
E a quem nada se promete, compromete se até a alma.
A quem nada se deve, entrega se tudo
E a quem tudo se deve nada se faz.
A quem se conhece hoje, oferece se o melhor,
aos velhos amigos traze lhes os restos.
Nega se abraços, beijos e cortejos a quem se jurou amar;
a quem nada merece, entrega se em paixão.
Abraça se, beija se e se corteja a desconhecidos e transeuntes nas ruas.
A quem se deve companhia, afasta se,
e a quem se deve tudo que é e tem, nada se celebra.
Ao lado de quem se dorme seguro, cria se um pesadelo,
Acordado é de quem diz se ter medo.
Onde se deveria construir pontes, faz se muralhas.
A quem se deve beijar, nenhum gesto de carinho,
e se cospe no rosto, nega se um simples abraço.
A quem merece flores, dar se coroa de espinhos e morte de cruz.
A quem se deve amar, odeia se.
Apaixona se pelo que mata, e ao que lhe ama rejeita se.
Depois que se perde o relevante é que se chora
A quem se reconquista, logo se esquece dos motivos, devaneia se Minha melancolia tem causa, espanta me e me tira o sono.
Vivo num mundo de tolos que se acham sábios.