Escura desavença
A minha desavença foi nomeada
Antes que me fora dado o nome.
Por mais que me esforce,
Acima de mim se encontra.
Me abandona todo o dia
Com toda santíssima ignorância.
Encobre com sorrisos sua falta de ternura.
Seu compromisso é egoísta.
Há quem já não suporte senti lo,
Preferindo cobrir a cabeça.
Suportando o negro no canto da casa,
Suportando a dor do tempo.
Prestemos ao característico olhar,
Que chicoteia até mesmo o coração armado.
Levando remorso a inocentes,
Fazendo os desejar arriscar para o desconhecido.
Resta o profundo pesar.
Não encontrei a lança para aquele peito
Que meu braço manso,
Se aleijaria a carregar.
O jus malhete deste clarão
Encontra todos diariamente,
Fazendo arder o peso invisível
Que por hora, não admitimos carregar.
Sua misteriosa face,
Queima os olhos no atrevimento vislumbrar.
Curta e grossa sua filosofia,
Fala ligeira, sem titubear.
Segue melhor o coração humilde,
Marcado por sua nuca escura,
Permitindo se ficar de pé,
Se bastando em ser o que pode.