SOBRE O ESTÉTICO, O ÉTICO E O RELIGIOSO
No evangelho segundo Lucas, encontramos uma das mais famosas parábolas de Jesus a parábola do filho pródigo.
O filho mais novo pede sua parte na herança (antes mesmo da morte de seu pai) e sai em busca de prazeres e paixões carnais.
Gasta tudo o que tem e percebe que não foi feliz.
O outro filho, aparentemente mais responsável, submete se à obediência das normas do Pai.
Fica com ele na fazenda, mas não o vê como um pai justo e amoroso, haja vista que questiona seu pai quando este decide receber de volta o filho pródigo.
Um paralelo à filosofia existencialista de Soren Kierkegaard, nos remete à ideia das três etapas a que todo ser humano passa, a saber: o estético, o ético e o religioso.
O filho pródigo representa o estético, ou seja, a busca por prazeres e paixões.
Há uma fome insaciável e um buraco existencial que o leva ao desespero.
No ético, representado pelo filho mais velho, existe uma busca pelo que é correto, acreditando que, obedecendo regras, se pode encontrar a paz para alma, contudo, o que se percebe, é uma vida insípida travestida de moralidade, tal qual os fariseus.
Apenas no religioso, afirma o filósofo, vamos encontrar a paz para nossa alma.
Da angústia, surge a fé o salto para além da razão, e a total resignação a Deus.