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Ninna Carpentier

Certa vez, um ex namorado fitness, sugeriu que eu emagrecesse.
Na minha cabeça só vinha a palavra “GORDA”.
Por não caber nos padrões, eu queria comer 3 barras de chocolate para passar a deprê.
Ele feriu minha autoestima com uma navalha.
Se eu comesse o chocolate mais gorda eu estaria.
Passei 3 dias sem comer.
No desjejum tomei garrafa uma coca cola.
Porque eu não era tão gostosa quanto aquelas mulheres da academia O namoro não rendeu.
Óbvio! Eu gosto de pizza, ele só frango.
(p.s: Frango não deve ser bom, porque ele continua frango Enfim! Prosseguindo )
Desprovida de musculatura visível eu comecei a desenvolver algumas técnicas.
Me senti obrigada a aguçar qualidades importantíssimas ligadas ao conteúdo, criando assim, um diferencial atrativo capaz de ser usado para gerar destaque em meio às tantas mulheres mais abençoadas no quesito forma.
Aprendi a fazer gargalhar e me equipei de conteúdos realmente interessantes.
Homens amam mulheres que falam mais de futebol do que de maquiagem.
Enquanto aquelas lá, as quais me comparava, passavam horas fotografando o próprio corpo no espelho, principalmente na academia.
Fiz uso de armas não convencionais e, por isso, quando enfim consegui livrar me dos excessos e daquele casulo desnecessário, transformei me na mais interessante borboleta.
Ser olhada não só pelo embrulho, elevou a minha autoestima.
Até perdi alguns quilos em decorrência do livre uso de auto amor.
Tive que rebolar para suprir a falta do rebolado padronizado.
A tendência é ser mais completa no alcance de um resultado estético atrativo aos olhares masculinos.
Pois além das características físicas, agora indubitavelmente magnéticas, carrego também as habilidades de alguém que aprendeu a chamar atenção sem fazer parte do padrão visual buscado pelos homens em geral.
Essa desenvoltura devo ao “Ex” que me fez uma ex retardada que se chateava com o n° do jeans.
Hoje, seja por regime, maquiagem ou apenas mudança de postura, ampliei consideravelmente o atrativo físico.
Aliado a um bonito vestido, sorrisos, cervejas e batatas fritas no boteco.
Não sei.
Acho que hoje eu vou de quibe do Libanus.
Alguém me acompanha depois da academia

NAMORADA DE SURFISTA
Depois dessa viagem eu descobri um pouco mais sobre o amor.
Volto decidida a viver, ou estar próxima de quem realmente "vive".
Numa psicodelia saudável – tal qual essa foto – de uma existência sempre em contato com a natureza.
Ser namorada de surfista é conhecer praias quase que desertas.
É viajar para destinos paradisíacos antes deles serem tomados pelo dinheiro que acompanha o turismo exaustivo.
É poder sair de Havaianas e bermuda, agarrada a um mega material técnico dentro mochila.
Tralha suficiente para ir morar na lua.
Ele não sabe muito bem pra que aquilo tudo serve, mas sempre serve!
Ser namorada de surfista é acompanhá lo nos dias de semana, que é quando a praia está mais vazia.
Eu sempre dou a maior força para ele ir surfar, porque enquanto eu o espero na areia, estou certa de que no regresso ele vai estar calmo, bem disposto e feliz.
Felicidade estampada naquelas covinhas!
Estamos sempre na função, na logística das marés e previsões meteorológicas.
Onde, se tudo vai bem, eu vou também! Como uma mini lua de mel – só que periódica.
Alojados preferivelmente numa barraca maneira que nos reserve o privilégio da brisa do mar, ao invés de um milionário resort que costumo comparar à um presídio, só que de lazer.
Mal posso esperar até ver outras tartarugas, amendoeiras, jequitibás centenários e araras azuis.
Pra acordar onde o vento sopra, onde a água é fria e o sol nasce às 5:00 da manhã no morro.
Ser namorada de surfista é dividir a minha bagagem com as pranchas e ter a esperança de numa dessas trilhas dar de cara numa praia com ondas.
Onde ao fim da noite ele me traz sal e areia para a nossa cama.
Bastante combustível também pra apaziguar a adrenalina! Uns afagos entre malas e bermudas cheias de parafina.
" Você não tem ciúmes " Ah é difícil não ter ciumes daquela delícia de corpo moreno, mas o que divide o olhar do meu garoto não são as curvas das mulatas de praia, e sim as curvas da motos e das incontáveis pranchas guardadas no quartinho.
Ser namorada do praiano é só para quem gosta de todas essas condições.
Não do surf, nem do mar, nem da praia, nem do pico, mas pra quem gosta – único e exclusivamente – do surfista.
#blogdaninna