Embalam em nuvens de seda, lágrimas límpidas de saudades infinitas.
O tempo de escuridão se aproxima em passos apressados.
Caio em terra com o tormento da questão que me amedronta.
Será que sobrevivo à tempestade.
Silencio que escuto com atenção.
Sem mais nada nem mais ninguém, ouço cada som calado.
Quieta, serena, reparo nas marcas que deixaste no momento do abandono.
Aguento silenciosa, amarrando a ilusão à mente, como se lá no inconsciente me alimentasse, me trouxesse vida.
No deserto árido das emoções, perdida talvez num céu pouco esclarecedor que ameaçava cobrir de sombras toda aquela luz, reparo em pequenos movimentos na areia, que combatem a todo o tempo, lado a lado com a morte.
Assim eu me sentia.
Sobrevivente, a travar constantemente novas batalhas.
Veneno a correr me nas veias, fúria escondida como protecção aos meus receios.
Assim me matas te, com raiva de ti, de mim.
Sozinha num vazio com as memórias, a tentar refazer a historia que um dia desejei, recordo palavras sem razão, que ameaçam a capacidade de enfrentar, de me levantar.
Desejo de novo a vontade de sorrir! Mesmo que não seja real.
Porque não sei ver céu limpo, sem a luz que colocas em meu coração.
Não sei da água escondida no deserto, se não me hidratares com tuas gotas de suor.
Não sou nada se não pegares em minha mão.
Porque não sei de mim, perdi me contigo e tu ainda permaneces comigo.
Não quero falar! Quero que repares em mim, que saibas que sinto a tua falta, apenas com o meu silêncio.
Passo a teu lado, não me olhas, não me vês.
Não senti o teu perfume
Perdi te mais uma vez!
Deixas pegadas, somente pegadas