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Catarina Portela

Dizer Adeus.
Calar a boca, não pronunciar a palavra.
Arrumar o passado num espaço amplo e arejado, equilibrado em separação de tempos, vontades, idades e mentalidades.
Olhar em frente, não voltar atrás.
Dar a mão a quem te quer em coração.
Beijei vos como se vos fosse ver amanhã.
Em mente guardei um “Até logo”, “Até já”, mas dos lábios saiu um “Já vou ”.Em retratos vos levo, mas meu coração ficou.
Escondi a lágrima da mais simples dor.
Aquela que te prende à vida, e em seguida te dá a proposta de uma ida sem volta, onde brotam sorrisos, beijos apaixonados e “Bons dias” acarinhados.
Vi te chegar perto, e não pedis te para ficar, mas foi como se falasses em desespero sem nada dizeres.
Como te conheço pedaço meu!
Não te deixo, levo te comigo.
Não posso viver sem ti, e é grande o meu desalento cada vez que sinto que não estás presente.
Um misto de exaltação por começar longe, com a tristeza de não te ter perto.
Conjunto de alegria partilhada em estado de euforia.
É a necessidade de mudança, para criar esperança.
É um mundo novo, um crescimento repleto, onde me completo em Ser.
Onde me encontro em passado, presente e futuro.
Onde sinto que a minha vida pode ser Tudo.
E Tudo será como sempre sonhei, com degraus que não desejei, mas com a força e a luta a que me habituei.
Com quem preciso do meu lado, com quem quiser ficar, com quem me olhar de forma real.
Recuso seres fúteis, recuso olhares banais, recuso palavras vazias e vozes sem som.
Recuso quem não é ninguém
Olá nova vida!
Bem vinda Catarina!

Embalam em nuvens de seda, lágrimas límpidas de saudades infinitas.
O tempo de escuridão se aproxima em passos apressados.
Caio em terra com o tormento da questão que me amedronta.
Será que sobrevivo à tempestade.
Silencio que escuto com atenção.
Sem mais nada nem mais ninguém, ouço cada som calado.
Quieta, serena, reparo nas marcas que deixaste no momento do abandono.
Aguento silenciosa, amarrando a ilusão à mente, como se lá no inconsciente me alimentasse, me trouxesse vida.
No deserto árido das emoções, perdida talvez num céu pouco esclarecedor que ameaçava cobrir de sombras toda aquela luz, reparo em pequenos movimentos na areia, que combatem a todo o tempo, lado a lado com a morte.
Assim eu me sentia.
Sobrevivente, a travar constantemente novas batalhas.
Veneno a correr me nas veias, fúria escondida como protecção aos meus receios.
Assim me matas te, com raiva de ti, de mim.
Sozinha num vazio com as memórias, a tentar refazer a historia que um dia desejei, recordo palavras sem razão, que ameaçam a capacidade de enfrentar, de me levantar.
Desejo de novo a vontade de sorrir! Mesmo que não seja real.
Porque não sei ver céu limpo, sem a luz que colocas em meu coração.
Não sei da água escondida no deserto, se não me hidratares com tuas gotas de suor.
Não sou nada se não pegares em minha mão.
Porque não sei de mim, perdi me contigo e tu ainda permaneces comigo.
Não quero falar! Quero que repares em mim, que saibas que sinto a tua falta, apenas com o meu silêncio.
Passo a teu lado, não me olhas, não me vês.
Não senti o teu perfume
Perdi te mais uma vez!
Deixas pegadas, somente pegadas