Saber me não sei, diga me quem sou
Digam me, quem sabe,
Quem sou eu afinal.
Sabes tu
Sou por acaso, quem
Fui ou serei o que ainda nem sei se sou
Sou tua imaginação fértil,
Sua desgraça ou sorte
Que o tempo abortou.
Sou ciranda, serpentina,
Inquieta, bailarina, sabes tu
Dizes quem sou.
Não sou de nada,
De ninguém,
Não fui, nem vou,
Além do além.
Diga me, então se souberes
O que quero ou o que queres.
Sabes tu o que não sei
O que não digo, nem direi
Digas me tu o que não sabes
Deste meu ser o que não cabe
E se derrama nas levadas,
Nos escombros, nas madrugadas
Que me leva a alma errada.
Diga me, pois não direi
O que até agora não sei.
Estou no vento, na chuva,
Nas flores, no teu olhar escondido,
Num poema esquecido,
No que é morno, no que é feio,
No que dizem bizarro, não sei
Sou profana, alheia, noite, tarde,
Estou no seio da verdade,
Não me escondo, não sou maldade.
Mas, mesmo assim, não sei,
Sabes tu Digas, quem sou