Sempre me dei bem com despedidas, contando as vezes que mudei de colégio.
Meus amigos nunca duraram mais que três anos, digo em presença material mesmo, porque alguns levo para sempre.
Hoje eu entendo a minha frustração em lidar com amizades quando elas começam a crescer, porque nunca sei direito em que ponto elas podem terminar.
Ouço constantemente frases como “você é tão frio” ou “porque nunca demonstra o que sente”, e confesso que também não sei responder.
Talvez esse seja o meu jeito, ou talvez foi isso o que sobrou de mim.
Quando falo em sobras, me refiro aos desencontros e as angústias em levar prazo de validade em tudo o que aparece na minha vida.
Quando, na verdade, o prazo de validade está em mim.