Viver e escrever
“Quando comecei a escrever, que desejava eu atingir Queria escrever alguma coisa que fosse tranqüila e sem modas, alguma coisa como a lembrança de um alto monumento que parece mais alto porque é lembrança.
Mas queria, de passagem, ter realmente tocado no monumento.
Sinceramente não sei o que simbolizava para mim a palavra monumento.
E terminei escrevendo coisas inteiramente diferentes.”
“Não sei mais escrever, perdi o jeito.
Mas já vi muita coisa no mundo.
Uma delas, e não das menos dolorosas, é ter visto bocas se abrirem para dizer ou talvez apenas balbuciar, e simplesmente não conseguirem.
Então eu quereria às vezes dizer o que elas não puderam falar.
Não sei mais escrever, porém o fato literário tornou se aos poucos tão desimportante para mim que não saber escrever talvez seja exatamente o que me salvará da literatura.
O que é que se tornou importante para mim No entanto, o que quer que seja, é através da literatura que poderá talvez se manifestar.”
“Até hoje eu por assim dizer não sabia que se pode não escrever.
Gradualmente, gradualmente até que de repente a descoberta tímida: quem sabe, também eu já poderia não escrever.
Como é infinitamente mais ambicioso.
É quase inalcançável”.