Veneno

''O amor é o mais doce veneno que alimenta o coração com ilusões obscuras, tornando se feridas constantes para a pobre alma.''

Um Homem apaixonado rejeitado equivale a uma gota de veneno misturada ao vinho seco, tão amargo e tão grosseiro que corta a garganta de quem o toma, a mesma que um dia gemeu por ele.

O amor jamais foi um sonho, o amor, eu bem sei, já provei, é um veneno medonho.
É por isso que se há de entender que o amor não é ócio, e compreender que o amor não é um vício, o amor é sacrifício, o amor é sacerdócio.

Posso ser de mel, e de veneno.
Posso ser muito humana, e muito bicho também.
Me morde e eu te como.

“Um homem enraivecido está sempre cheio de veneno.
Se não encontrar onde derramar, irá derramar dentro de si mesmo"

Livros maus são um veneno intelectual: estragam o espírito.
A condição para ler obras boas é não ler obras más, pois a vida é breve, e o tempo e as forças são limitados.

A fé apara todos os golpes.
A fé transforma o veneno em água cristalina.

Sinceridade é igual medicamento: dependendo da dose pode ser a cura, o alucinógeno ou o veneno.

O que é sinceridade para os insetos é veneno para os homens

Lady Astor:
Se eu fosse casado com você, colocaria veneno no seu café.
Ao que rapidamente Churchill respondeu:
Se eu fosse casado com você, eu o beberia.

Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.

"Toda desilusão é um aviso e qualquer forma de desânimo é um veneno sutil.
Não percas tempo com lamentações estéreis.
Guarda a fé em Deus e em ti mesmo, caminhe adiante e o tempo te responderá".

É fácil acostumar se ao veneno.

Aquilo que serve de alimento e de bálsamo para um tipo superior de homem, deve ser quase veneno para um tipo bem mais diverso e inferior.

O veneno da saudade
Perdoei a ti sem que me pedisses
Porque não consigo guardá la como um espinho em meu bolso
E se digo que suporto a dor que me causaste
É porque de ti, apenas a presença bastaria
Sento e rememoro os encontros às escondidas
Das manhãs às tardes, e, das noites às madrugadas
Como éramos imaturamente descuidados e felizes
No entanto, jamais fomos pegos em flagrante
Eis a invejável sorte dos ardorosos amantes
Minhas mãos sutilmente vacilantes em seu corpo
Suas pernas a cambalear a cada toque
Minha voz a embargar após atender aos seus pedidos mais carnais
Éramos um espasmo lunar
O que seria de mim sem aqueles saudosos dias
Em que o fulgor do amor, ainda jovial, falava mais alto
O que seria do vento não fossem seus cabelos para bagunçar
E o seu perfume a espalhar e distribuir graça ao mundo
Portanto digo, com carinho: perdôo te sem que me peças
Porque de ti, quero apenas guardar a ternura e a beleza
Dos momentos brevemente eternos que dividimos um dia
Bernardo Almeida (Livro Crimes Noturnos)