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Textos sobre nós mesmos

SILÊNCIO
No silêncio tudo se ouve.
Os pensamentos, os sentimentos, o medo, o coração.
De olhos fechados, o bafo da morte ressoa por perto.
Também os passos no assoalho, os latidos caninos e o vento pavoroso que não vem de lugar algum.
No silêncio a ansiedade cede espaço à calmaria, virtude quase sem voz durante o dia.
Nela sossegam se os ânimos, intensificam se os cheiros, percebem se os detalhes em pequeno, médio e grande plano.
Silêncio é lugar de pensar antes de falar, se arrepender e confessar, sorrir sem se orgulhar.
É nele que a culpa fala mais alto e a humildade ocupa seu lugar de dever.
No silêncio nós nos recuperamos após a morte de um amor.
E reencontramos o pouco de nós que se perdeu com o outro que saiu pela porta.
Vemos e ouvimos o que requer apreciação: uma flor, o mar, um gesto, uma ruga, um olhar.
Somente no ato de não manifestar pensamentos é que olhamos de verdade.
Olhamos sem falar nem julgar.
O silêncio é uma barreira invisível, atrás da qual nos escondemos.
Nós nos ocupamos com ruídos a todos os momentos por medo de cair no vazio.
Escutamos os barulhos sem ouvi los, tratando tudo e todos como trilha sonora de um universo que nos rodeia.
Aumentamos o volume da playlist, ligamos a tevê, entramos no Youtube, tudo porque quietude demais nos assusta.
No silêncio dois olhos se encontram para ver além dos olhos.
Olham para um lugar dentro do outro onde há ternura, apatia ou desprezo.
Também a pele ganha outro sentir no silêncio.
Um toque de mãos muda de nome e um beijo ah, um beijo são mil palavras não ditas.
No silêncio não falamos besteiras das quais nos arrependemos, mas refletimos sobre arrependimentos que não tivemos coragem de falar.
Também nos constrangemos, irritamos, nos entediamos com a ausência de som.
Isso porque confundimos a abundância da respiração, do fundo dos mares e do interior de nós mesmos, com o que chamamos de nada.
O silêncio é deus.
Silêncio é tudo.

Saindo de ilusões
Por diversas vezes na vida nos iludimos com situações que nós mesmos criamos.
É simples assim, nós queremos tanto algo, que fechamos os olhos e achamos que estamos enxergando.
Assim fantasiamos, criamos e "vemos" tudo da forma que queremos naquele momento.
Aí vem o tempo, aquele lá que nunca para, mas quando estamos vivendo numa ilusão não o vemos passar.
Não sei se é certo ou não, só sei que quando ele passa, ele vai derrubando todas as mascáras e um dia, naquele lá que estava determinado, finalmente passamos a enxergar a realidade! Finalmente sim, pois parece não existir mais vida após essa descoberta.
Essa verdade dói, ela chega e destrói toda aquela construção, aquela história que inventamos e assim tudo aquilo que antes era a verdade, para nós, se torna uma grande mentira.
É como estivessemos na descida de uma montanha russa, na parte em que sentiríamos mais emoção e, de repente, acordamos e descobrimos que tudo não se passava de um sonho.
Pois é, o importante é que a vida segue, o tempo passa e depois dessa verdade toda inventada, o que fica são as lembranças e o mais importante, o aprendizado.
Vamos acordar para verdades, que são a todo tempo passadas na nossa cara e por medo de enxerga la como realmente são, as reinventamos e colocamos a nossa maneira, para o nosso bel prazer.
Vamos acordar para verdades que são, a todo tempo, passadas na nossa cara e por medo de enxerga la como realmente são, as reinventamos e colocamos a nossa maneira, para o nosso bel prazer.
Afinal, quem quer, faz; quem tem vontade, vai atrás; quem ama, cuida; E por mais que as pessoas tentem ludibriar as verdadeiras intenções, através atitudes, o tempo como mestre da vida, sempre estará ali, nos abrindo os olhos.
Só caberá a nós querer enxergar