Confissões de passageira
Cá estou, na janela do avião,
Admirando a luz energizante deste sol que nos ilumina,
Analisando os prós e os contras de manter te em minha sina,
Comparando te a esta imensa vastidão (de ambos, conheço tão pouco! )
Longe de ti, o mundo parece vago,
Vivemos um romance nunca escrito,
Mas, ah que autor maldito!
Mantém te longe de tudo que trago.
Até meu cigarro tornou se morno
Quero tua boca, o gosto do teu corpo,
Descobrir em ti caminhos, desses que conheço pouco.
Devolva me o o prazer de uma vida sem você!
Como um sopro de epifania traduzo tuas línguas,
Minhas mãos leem te como braile,
Te acariciam de um jeito que bem sabes,
Ainda que não digas.
Hora quero te perto,
Noutra, mais ainda
É loucura que não se finda,
Muito fogo pra pouca palha,
Seja meu pecado incerto.
Difícil é saber o que queres,
Mais difícil saber como podes brincar com meu pensamento
Logo eu, tão frígida no assunto sentimento
Já não sei mais a que santo rogo para atender minhas preces
Teu corpo atrai,
Tuas curvas enlouquecem,
Conheço te por completo sem nunca ter te tocado.
Trago te comigo, em minha pele gravado.
Tuas palavras me aquecem
Meus lábios de ti não saem.
És minha contradição favorita,
Anseio te de cabelos assanhados
Nossos corpos suados, colados,
És o paraíso que mais me excita
Quem tem sentimentos sabe que vive a perecer
Sou louca por ti, mas imploro,
Me ame, me use, me tenha,
Só não faça me enlouquecer!
Thaylla Ferreira Cavalcante (Sou nós)